Categorias: Fagundes Varela

Fagundes Varela – Soneto

Desponta a estrela d’alva, a noite morre.
Pulam no mato alígeros cantores,
E doce a brisa no arraial das flores
Lânguidas queixas murmurando corre.

Volúvel tribo a solidão percorre
Das borboletas de brilhantes cores;
Soluça o arroio; diz a rola amores
Nas verdes balsas donde o orvalho escorre.

Tudo é luz e esplendor; tudo se esfuma
Às carícias da aurora, ao céu risonho,
Ao flóreo bafo que o sertão perfuma!

Porém minh’alma triste e sem um sonho
Repete olhando o prado, o rio, a espuma:
Oh! mundo encantador, tu és medonho!

 

Fagundes Varela, Poesias

Tudo é Poema

Publicado por
Tudo é Poema

Poemas Recentes

Ana Martins Marques – Por exemplo

Por exemplo alguém… Leia Mais

12 horas atrás

Elisa Lucinda – Além do harém

Aquela que em… Leia Mais

12 horas atrás

Sérgio Vaz – Um sonho

Ontem eu sonhei… Leia Mais

12 horas atrás