Ah, menina, se eu pudesse te pegar no colo…
encheria teu cangote de cheiro,
e te faria rir até soltar tua gargalhada gostosa.
Te tiraria um pouco de ti,
para lembrar-te quem realmente és.
Deixaria o pesado um pouco de lado.
Dar conta de tudo não deve ser nosso legado.
Lembraria que tem dia de concha,
e dia de limonada.
Dia de noite, e de claridade.
Que aceitar a bonança, sem culpa, dá sentido à tempestade.
E que o mundo continua mundo depois que a gente parte.
Que colo às vezes é voz ou vídeo.
Que a massagem mais relaxante é a que recebemos dentro do ouvido.
E que a felicidade é dar valor a tudo,
e ao mesmo tempo, a nada.
Como o leve voar da borboleta.
Fernanda Gonzalez, Leve feito borboleta
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