O amor em sua ilusão
é como o fumo que se queima,
e sabe em seu fogo toda a existência.
Mas, enquanto se esvai,
atribui à boca que o traga
toda permanência.
O amor em sua metafísica
canta como os galos
que sabem alvorecer a manhã,
mas tornam ao sono
na esperança de que o próprio canto
os desperte.
Flávio Morgado, Amar, Verbo Atemporal