Estou aqui ao lado,
à margem de seu caminho,
vendo você passar.
Quero que vá sozinho
mas me mantenho por perto.
Se o rumo é certo,
me aprumo e aplaudo;
se é via tortuosa,
jogo-lhe aos pés uma rosa
pra que desviando dela
você chegue a outro lugar;
se a sombra é fria,
mando-lhe um beijo quente;
se o chão queima do sol nascente,
estendo-lhe a poesia
para que o possa atenuar,
se não houver alimento,
peço ao vento
sementes que lhe tragam vida.
Para a sede,
roubo do céu a lágrima caída da madrugada.
Mas se você não precisar de nada,
ainda assim eu estarei vigiando,
escondida talvez atrás de um querubim.
Abençoarei sua vida e sua estrada,
mesmo que já esteja transformada
na forma clara e casta de um jasmim.
Flora Figueiredo, Florescência
1 Comentário
Aída
11/05/2019 at 12:21“A meus filhos” , lindíssimo poema, Flora! obrigada 🌺