Sem água morna,
sem pedra mole,
nem fogo brando.
Amor quando chega,
tem que vir arrebatando,
virando a mesa,
rompendo a porta.
Amor que se preza
agarra a vida na marra
e desentorta;
abraça a hora com força
e desamassa.
Vem certo de ficar, vai indo embora;
vem pensando em partir, mas vai ficando.
Sempre confundindo, é certo-errando
que deixa tudo fora do lugar.
… e quanto mais o peito resistir,
o tanto mais vai explodir de muito amar.
Flora Figueiredo, Chão de vento
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