Flora Figueiredo

Flora Figueiredo – Subida

Quando o dia acorda atravessado,
escalo uma montanha.
É meu próprio caminho em direção ao sol.
Mochila nas costas, carrego o principal;
não levo nem perguntas, nem respostas.
Ponho um ramo de sonhos
que vou plantando pelo caminho,
a flauta encantada
pra seduzir passarinho,
a estrela companheira
que brilha o tempo inteiro
e mantém a trilha luminosa;
um frasco de água benta,
uma reza certeira;
um arco-iris à prova de nada.
Devagarzinho, sem pressionar o tempo,
chego ao meu destino.
Respiro fundo, abro os braços,
canto um hino de sagração ao mundo
— e agradeço —
por ter descoberto de repente
por onde se começa o recomeço.

Flora Figueiredo, O trem que traz a noite

Tudo é Poema

Publicado por
Tudo é Poema

Poemas Recentes

Sylvia Plath – Ariel

Pausa no escuro.… Leia Mais

3 dias atrás

Nikki Giovanni – Sede

Às 2h30 ou… Leia Mais

3 dias atrás