Florbela Espanca

Florbela Espanca – Horas rubras

Horas profundas, lentas e caladas 
Feitas de beijos rubros e ardentes, 
De noites de volúpia, noites quentes 
Onde há risos de virgens desmaiadas… 

Oiço olaias em flor às gargalhadas… 
Tombam astros em fogo, astros dementes, 
E do luar os beijos languescentes 
São pedaços de prata p’las estradas… 

Os meus lábios são brancos como lagos… 
Os meus braços são leves como afagos, 
Vestiu-os o luar de sedas puras… 

Sou chama e neve e branca e mist’riosa… 
E sou, talvez, na noite voluptuosa, 
Ó meu Poeta, o beijo que procuras! 

 

Florbela Espanca, Livro de sóror de saudade

Tudo é Poema

Publicado por
Tudo é Poema

Poemas Recentes

Ana Martins Marques – Por exemplo

Por exemplo alguém… Leia Mais

44 minutos atrás

Elisa Lucinda – Além do harém

Aquela que em… Leia Mais

49 minutos atrás

Sérgio Vaz – Um sonho

Ontem eu sonhei… Leia Mais

54 minutos atrás