Irmã, Soror Saudade me chamaste…
E na minh’alma o nome iluminou-se
Como um vitral ao sol, como se fosse
A luz do próprio sonho que sonhaste.
Numa tarde de Outono o murmuraste,
Toda a mágoa do Outono ele me trouxe,
Jamais me hão-de chamar outro mais doce.
Com ele bem mais triste me tornaste…
E baixinho, na alma da minh’alma,
Como benção de sol que afaga e acalma,
Nas horas más de febre e de ansiedade,
Como se fossem pétalas caindo
Digo as palavras desse nome lindo
Que tu me deste: «Irmã, Soror Saudade…»
Florbela Espanca, Livro de soror saudade
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