Não vou chorar o tempo todo
nem hei de rir o tempo todo,
não prefiro uma “tendência” a outra.
Prefiro o imediatismo de um filme ruim,
não só os filmes b, mas também
a superprodução espetacular. Quero ser
ao menos tão vital quanto o vulgar. E se
um aficionado de minha bagunça exclamar “Isso
não parece coisa do Frank!”, que bom! Não
uso ternos azuis e marrons o tempo todo,
não é? Não. Às vezes vou à Ópera com a roupa
de trabalho. Quero meus pés descalços,
o meu rosto barbeado, e o meu coração —
ninguém manda no coração, mas
o melhor dele, a minha poesia, está aberta.
Frank O’Hara, Meu coração está no bolso