não sei de que tecido é feito o ser.
meus planos sonhos enganos
se tecem na fábrica da vida
e se destecem na arquitetura do caos.
vou criando edifícios em que me
demoro
e de onde salto em busca de não sei.
meu ser é parte dessa miragem
em abismo
um espelho em que me não vejo
e em me não vendo acendo a chama
que se chama desejo.
talvez do outro lado exista um cais.
sei que sempre existe certa distância
entre mim
e o circo da minha circunstância
Geraldo Carneiro, A estante dos poetas: Antologia
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