Gerard Manley Hopkins

Gerard Manley Hopkins – Lanterna externa

Uma lanterna move-se na noite escura,
Que às vezes nos apraz olhar. Quem anda
Ali? – medito. De onde, para onde o manda
Dentro da escuridão essa luz insegura?

Homens passam por mim, cuja beleza pura
Em molde ou mente ou mais um dom maior demanda.
Chovem em nosso ar pesado a sua branda
Luz, até que distância ou morte os desfigura.

Morte ou distância vêm. Por mais que para vê-los
Volteie a vista, é em vão: eu perco o que persigo.
Longe do meu olhar, longe dos meus desvelos.

Cristo vela. E o olhar de Cristo, em paz ou perigo,
Os vê, coração quer, amor provê, pé ante pé, com suaves zelos:
Resgate e redenção, primeiro, íntimo e último amigo.

Gerard Manley Hopkins, Hopkins: a beleza difícil

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