As lembranças, infinito inútil,
Mas sós e unidas contra o mar, intacto
Em meio a estertores infinitos…
O mar,
Voz de uma grandeza livre,
Mas inocência inimiga nas lembranças,
Rápido em apagar as doces pegadas
De um pensamento fiel…
O mar, suas blandícias acidiosas
Quão ferozes e quão, quão esperadas,
E no momento da agonia,Sempre presente, renovada sempre,
No pensamento atento, a agonia…
As lembranças,
Revolver em vão
A areia que se move
Sem pesar sobre a areia,
Breves ecos prolongados,
Mudos, ecos de adeuses
De instantes que pareceram felizes…
Giuseppe Ungaretti, Poemas