Guilherme de Almeida

Guilherme de Almeida – Coração

image_pdfimage_print

Lembrança, quanta lembrança
Dos tempos que já lá vão!
Minha vida de criança,
Minha bolha de sabão!

Infância, que sorte cega,
Que ventania cruel,
Que enxurrada te carrega,
Meu barquinho de papel?

Como vais, como te apartas,
E que sozinho que estou!
Ó meu castelo de cartas,
Quem foi que te derrubou?

Tudo muda, tudo passa
Neste mundo de ilusão;
Vai para o céu a fumaça,
Fica na terra o carvão.

Mas sempre, sem que te iludas,
Cantando num mesmo tom,
Só tu, coração, não mudas,
Porque és puro e porque és bom!

 

Guilherme de Almeida, Melhores Poemas

Você gostou deste poema?

Você Pode Gostar Também

1 Comentário

  • Responder
    Rose mari de Sousa Figueredo
    11/12/2022 at 11:25

    Minha, Mae Jacy sempre resita este poema, hoje ela tem, 83 anos de idade , se lembra apenas das últimas páginas do poema, mas resita do fundo do seu coração ♥ Parabéns para este grande poeta, admiro muito!
    Guilherme de Almeida.

  • Deixe uma resposta

    Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.