Lembrança, quanta lembrança
Dos tempos que já lá vão!
Minha vida de criança,
Minha bolha de sabão!
Infância, que sorte cega,
Que ventania cruel,
Que enxurrada te carrega,
Meu barquinho de papel?
Como vais, como te apartas,
E que sozinho que estou!
Ó meu castelo de cartas,
Quem foi que te derrubou?
Tudo muda, tudo passa
Neste mundo de ilusão;
Vai para o céu a fumaça,
Fica na terra o carvão.
Mas sempre, sem que te iludas,
Cantando num mesmo tom,
Só tu, coração, não mudas,
Porque és puro e porque és bom!
Guilherme de Almeida, Melhores Poemas
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Minha, Mae Jacy sempre resita este poema, hoje ela tem, 83 anos de idade , se lembra apenas das últimas páginas do poema, mas resita do fundo do seu coração ♥ Parabéns para este grande poeta, admiro muito!
Guilherme de Almeida.