Olha pela janela azul do meu olhar
Sereno e transparente, onde se esconde alma
A misteriosa esfinge eslava que é minh’alma.
Mergulha os olhos teus no mundo em perspectiva
Que se adivinha atrás de uma pupila esquiva.
Verás, por certo, desdobrar-se alma adentro.
Na paisagem agreste, a estepe soberana.
E para que não pise a estepe imaculada
O duro sapatão de algum mugique alvar,
Eu ando sempre alerta e trago bem guardada
A paisagem de neve oculta em meu olhar.
Helena Kolody, Paisagem interior
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