Duas línguas tem meu coração.
Duas ganas tem a minha mente.
Eu te amo permanentemente
mas vou ser tua é nunca não.
Nessa rubra escuridão pungente
a vida ganhou uma forma dupla.
Nela, uma pomba ora arrulha,
ora nela cicia uma serpente.
Duas línguas tem meu coração.
Ouve atento mais essa queixa.
Fica comigo e depois me deixa.
Salva-me da minha própria prisão.
Inger Hagerup, Poesia Nórdica
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