O teu olhar desfia fibra a fibra o meu coração
e tuas mãos brincam com a trama desfeita,
deixando-me alegre, triste, plena, insatisfeita,
sem, entretanto, me tirar, de controle, a ilusão.
E então pelo papel voa a minha mão
buscando o verso perfeito para cada instante, mas,
no meio da estrofe, parando, e palavras riscando,
tentando alcançar os pomos inebriantes da Inspiração.
Por que é tão difícil te cantar? Porque sei que, por mais
que em teu poder esteja eu, ainda és homem
e não deus.
E em cada palavra minha quero te ter inteiro,
colocar em todo verso tuas virtudes e defeitos,
que assim tu serás ainda mais só meu.
Isabela Escher, 15 Poemas – Vol. III
1 Comentário
Aparecida
30/12/2017 at 20:51Obra digna de atenção!