Não quis julgar-te fútil nem banal
e chamei-te de criança tão-somente,
– reconheço, no entanto, infelizmente,
que, porque te quis bem, julguei-te mal.
Pensei até, (e o fiz ingenuamente…)
ter encontrado a companheira ideal…
Quis julgar-te das outras diferente,
e és como as outras todas afinal…
Hoje, uma dor estranha me consome
e um sentimento a que não sei dar nome
faz-me sofrer, se lembro o amor perdido…
A dor maior… A maior dor, no entanto,
vem de pensar de ter-te amado tanto
sem que ao menos tivesses merecido!…
J.G. de Araújo Jorge, Os mais belos poemas que o amor inspirou vol. 1
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