Numa caixa de palha trançada
O pai escolhe uma bolinha de papel
E a joga
Num pote d’água
Diante dos filhos intrigados
Surge então
Multicor
A grande flor japonesa
O nenúfar instantâneo
E as crianças emudecem
Maravilhadas
Depois disso nunca mais em sua lembrança
Essa flor há de murchar
Essa súbita flor
Feita para eles
Num piscar de olhos
Diante deles.
Jacques Prévert, Dia de Folga