Se nossa vida é menos do que um dia
na eternidade e o tempo em disparada
nos corre os dias e os reduz a nada,
pois quando nasce é coisa fugidia,
no que meditas e por que te agrada,
minh`alma, o breu desta prisão sombria
quando o teu dorso alado propicia
que ascendeu à mais lúcida morada?
Dispõe-se lá de amor e de prazer,
da paz pela qual todo o mundo anseia,
do bem quer todo espirito requer.
É lá que poderia, minh`alma, no alto
do céu, reconhecer a própria idéia
da beleza que eu neste mundo exalto.
Joachim du Bellay, Poesia alheia, 124 poemas traduzidos
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