O sábio louco ia arrumando pacientemente
os pedaços de corpos humanos que caíam
que caíam como chuva
que vinham nas asas das abelhas
e nos sinais dos telégrafos Morse.
Depois da beira do abismo
um a um os corpos iam se despencando
assim mesmo de braços cruzados
atropelando no caminho
os automóveis e as almas penadas.
João Cabral de Melo Neto, Poesia completa