É morto o Artista, o torturado Artista…
Ei-lo sem vida, como um cristo louro…
Dizem que foi sua maior conquista
Polir o verso do seu estro de ouro!
Paira por tudo a viuvez e o agouro…
Não há talvez quem neste mundo exista
Que ao vê-lo morto para sempre, em choro
Não sinta logo anuviar-se a vista…
Mas o martírio que se renovava!
Quando quiseram transportá-lo, fora
Cobriu-se tudo de um celeste brilho:
Nossa Senhora soluçando estava…
Tanto chorara por Jesus outrora,
Quanto chorava pelo novo filho!
Jorge de Lima, Melhores poemas