Jorge Reis-Sá

Jorge Reis-Sá – Ramo de oliveira

O ramo de oliveira benzido no cruzeiro. A avó levantava-me
ao vento, menino, o andor passava sob as colchas no
corrimão
da varanda, ouviam-se escuteiros fazendo a procissão sair
da igreja. Olhos corriam Deus com o peso do céu na nuca,

a cruz sobre os ombros dos rapazes novos, pesando
as costas.
Levantava-se o pó, estancava os olhos das carpideiras
arrastadas atrás do andor. O som dos escuteiros ressoando
nas colchas, o ramo benzido com a proximidade do céu.

Jorge Reis-Sá, Pátio

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