José Paulo Paes

José Paulo Paes – Cemitério

1

Aqui jaz um leão
chamado Augusto.
Deu um urro tão forte,
mas um urro tão forte,
que morreu de susto.

2

Aqui jaz uma pulga
chamada Cida.
Desgostosa da vida,
tomou inseticida:
era uma pulga suicida.

3

Aqui jaz um morcego
que morreu de amor
por outro morcego.
Desse amor arrenego:
amor cego, o de morcego!

4

Neste túmulo vazio
jaz um bicho sem nome.
Bicho mais impróprio!
Tinha tanta fome
que comeu-se a si próprio.

José Paulo Paes, Poemas para Brincar

Tudo é Poema

Ver Comentários

Publicado por
Tudo é Poema

Poemas Recentes

Sylvia Plath – Ariel

Pausa no escuro.… Leia Mais

4 dias atrás

Nikki Giovanni – Sede

Às 2h30 ou… Leia Mais

4 dias atrás