Sobre o Ocaso, que a luz, refrangindo, avermelha,
Correm rapidamente as nuvens; fustigadas
Pelo açoite febril das agudas rajadas,
Que as enovela no ar e no ar as esguedelha!
E Vésper tremeluz, como branca centelha,
De momento a momento; e, quais brutas manadas,
Se atropelam, bramindo, as maretas iradas
Em torno do baixel em que minha alma ajoelha.
Ó estrela do amor, à porta rutilante
Do Ocaso para, opondo o resplendente olhar
À noite, que salteia o meu baixel errante!
Mas somes-te… e eis-me só… os abismos do mar
Tendo aos pés, e ao redor o vento sibilante,
E por sobre a cabeça o trovão a estourar…
Júlia Cortines, Poesias Reunidas
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