estampa de quintal desalinhado
soluços de musgo abafados
conta-gotas latas pedaços de arame
fetos de sabe-se lá que plantas
faces de tábua ressecadas pregos retorcidos
origamis de tempo
a clamar por uma existência de pétala
todo seu poder de ser e desistir encontra-se ali
na faísca do gume de um caco de vidro verde
no crepitar das rodas de um triciclo manco
sobre folhas e gravetos atemporais
o sol um olho de cristal sangrado
roído pelas marés
Ledusha Spinardi, Lua na jaula
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