Lucas Wisniewski – (trans)vista(-se)
não quero dar na vista
visto-me de máscaras
pra me acabar na pista
sumo e não deixo rastro
rastejo pelo asfalto
na falta que você faz
persigo tuas pistas
sigo as listras que deixou
consumo-me com vinhos
enquanto ouço teus passinhos
ouso dizer próximos
um átomo de distância
por detrás dos arbustos
uma exposição de vários bustos teus
dizem-me que há amor
em todos os poemas meus
dizem-me que há amor
em todas as canções tuas
mas
nem o verso meu
nem a rima sua
nem nossos corações
batem mais na mesma batida
das alfaias do maracatu.
bom pra mim,
bom pra tu?
Lucas Wisniewski, 6universos