André:
Dorme filho meu, que eu te contemplo.
Dorme fragilidade que assusta,
espelho onde me revejo,
corpo feito da minha carne obscura
com os olhos azuis da minha infância,
caminho dos teus próprios passos
para longe dos meus.
Dorme filho meu,
vaso onde tantas vidas convergiram,
centro da minha ternura, assombro
de pressentir a tua liberdade
num círculo tão maior do que os meus braços.
Dorme e inventa o teu futuro
enquanto eu vou me transformando
em teu passado.
Lya Luft, Secreta mirada
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