Mário Faustino – Poemas do anjo
I
Em rosa pura e lírio
o anjo está presente
quisera em rosa pura
ou lírio transformar-me
Por mais que sempre o cante
o anjo não me atende
ouve talvez porém
a voz do anjo é silêncio
Por que sempre buscá-lo
se o anjo tocado
perde as asas e chora?
O anjo não tem sombra
o anjo nunca é visto
apenas pressentido.
II
Suave rumor de passos em viagem
Vens como o vento acalentando as folhas
Adormecendo a rosa à tua passagem
Donde esta paz o sono o sonho a sombra?
Apenas leves dedos sobre os olhos
Somente a mão do anjo sobre o ombro.
Mário Faustino, O Homem e sua Hora e outros Poemas