Agora nesta margem do Ano-Novo
Me sacudo todo como um cão molhado.
No meio do parque há um letreiro: ANO-BOM. O povo
Acredita,
O povo tem um sorriso que vai de orelha a orelha:
Meu Deus, até parece degolado!
Toda a rosa-dos-ventos se desfolha
E o ar está cheio de nomes amados
– uns tristes de tão longe…
Porém o rastro que eles deixam é sempre azul.
Estou só, ó Vida,
Só e livre.
Das palmas das minhas mãos brota o vôo de um
pássaro!
Enquanto
lá do fundo da infância que eu não tive –
Um menino apresta o arco…
Mario Quintana, Poesia Completa