Dentro da noite alguém cantou.
Abri minhas pupilas assustadas
De ave noturna… E as minhas mãos, pelas paradas,
Não sei que frêmito as agitou!
Depois, de novo, o coração parou.
E quando a lua, enorme, nas estradas
Surge… dançam as minhas lâmpadas quebradas
Ao vento mau que as apagou…
Não foi nenhuma voz amada
Que, preludiando a canção sonâmbula,
No meu silêncio me procurou…
Foi minha própria voz, fantástica e sonâmbula!
Foi, na noite alucinada,
A voz do morto que cantou.
Mario Quintana, Melhores poemas
Sem comentários