Há os que fazem materializações…
Grande coisa! Eu faço desmaterializações.
Subjetivações de objetos.
Inclusive sorrisos,
Como aquele que tu me deste um dia com o mais
puro azul de teus olhos
E nunca mais nos vimos. (Na verdade, a gente nunca
mais se vê…) No entanto,
Há muito que ele faz parte de certos estados do céu,
De certos instantes de serena, inexplicável alegria,
Assim como um voo sozinho põe um gesto de adeus
na paisagem,
Como uma curva de caminho,
Anônima,
Torna-se às vezes a maior recordação de toda uma
volta ao mundo!
Mario Quintana, Melhores poemas