Onde os frutos maduram:
sal e sol em minhas veias,
luz e mel em boca alheia.
Onde plantei
a alta acácia das febres
eu mesmo me deitei,
para ser a raiz da semente,
e de madeira e seiva
se fez o meu corpo.
Agora,
chove dentro de mim,
em minhas folhas se demoram gotas,
suspensas entre um e outro Sol.
Em mim pousam
cantos e sombras
e eu não sei
se são aves ou palavras.
Mia Couto, Vagas e Lumes