Mia Couto

Mia Couto – Sabedorias

Não me basta ser:
eu quero o transbordar de tudo,
o desassombro
que toda margem desconhece.

Não me basta morar:
quero ser habitado
por quem ao destino desobedece.

Não me basta viver:
quero a vida como febre,
o amor como lume e água.

No final, saberás:
o que se ama não regressa.

O que se vive
não começa.

E o sonho
nunca tem pressa.

Mia Couto, Vagas e lumes

Tudo é Poema

Publicado por
Tudo é Poema

Poemas Recentes