São duzentas mulheres. Cantam não sei que mágoa
Que se debruça e já não mostra o rosto.
Cantam, plantadas n’ água,
Ao sol e à monda neste mês de Agosto.
Cantam o Norte e o Sul duma só vez.
Cantam baixo, e parece
Que na raiz humana dos seus pés
Qualquer coisa apodrece.
Miguel Torga, Poesia Completa