Fulge de luz banhado, esplêndido e suntuoso,
O palácio imperial de pórfiro luzente
E mármor da Lacônia. O teto caprichoso
Mostra, em prata incrustado, o nácar do Oriente.
Nero no toro ebúrneo estende-se indolente…
Gemas em profusão no estrágulo custoso
De ouro bordado veem-se. O olhar deslumbra, ardente,
Da púrpura da Trácia o brilho esplendoroso.
Formosa ancila canta. A aurilavrada lira
Em suas mãos soluça. Os ares perfumando,
Arde a mirra da Arábia em rescendente pira.
Formas quebram, dançando, escravas em coreia…
E Nero dorme e sonha, a fronte reclinando
Nos alvos seios nus da lúbrica Popeia.
Olavo Bilac, Melhores poemas
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