Olavo Bilac – Na tebaida
Chegar, com os olhos úmidos, tremente
A voz, os seios nus, – como a rainha
Que ao ermo frio da Tebaida vinha
Trazer a tentação do amor ardente.
Luto: porém teu corpo se avizinha
Do meu, e o enlaça como uma serpente…
Fujo: porém a boca prendes, quente,
Cheia de beijos, palpitante, à minha…
Beija mais, que o teu beijo me incendeia!
Aperta os braços mais! que eu tenha a morte,
Preso nos laços de prisão tão doce!
Aperta os braços mais, – frágil cadeia
Que tanta força tem não sendo forte,
E prende mais que se de ferro fosse!
Olavo Bilac, Antologia: Poesias