MATILDE, nome de planta ou pedra ou vinho,
do que nasce da terra e dura,
palavra em cujo crescimento amanhece,
em cujo estio rebenta a luz dos limões.
Nesse nome correm navios de madeira
rodeados por enxames de fogo azul-marinho,
e essas letras são a água de um rio
que em meu coração calcinado desemboca.
Oh nome descoberto sob uma trepadeira
como a porta de um túnel desconhecido
que comunica com a fragrância do mundo!
Oh invade-me com tua boca abrasadora,
indaga-me, se queres, com teus olhos noturnos,
mas em teu nome deixa-me navegar e dormir.
Pablo Neruda, Cem sonetos de amor
1 Comentário
Jaqueline Ruiz
20/12/2020 at 13:47Affff que TUDO descobrir este site!!! estava procurando uma poesia específica de Pablo Neruda e encontrei aqui uma coletânea com poemas de vários outros autores que já estou doida pra mergulhar!! vou maratonar este site e descobrir novos/velhos autores para ler, obrigada por isso!
à propósito, eu tenho um Instagram e podcast no Spotify de poesias chamado “Ser Toda Poesia”. Caso queira conhecer, é só digitar @sertodapoesia em ambas plataformas.
abraços!