Não há silêncio bastante Para o meu silêncio. Nas prisões e nos conventos Nas igrejas e na noite Não há silêncio bastante Para o…
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Gabriela Mistral 14/09/2021
Gabriela Mistral – Balada
Ai! Passou com outra; eu o vi passar. Sempre doce o vento e o caminho em paz. E esses olhos míseros viram-no passar! Ele…
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Elisa Lucinda 14/09/2021
Elisa Lucinda – Cor-respondência
Remeta-me os dedos em vez de cartas de amor que nunca escreves que nunca recebo. Passeiam em mim estas tardes que parecem repetir o…
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Auta de Souza 14/09/2021
Auta de Souza – Agonia do coração
Estrelas fulgem da noite em meio Lembrando círios louros a arder… E eu tenho a treva dentro do seio… Astros! velai-vos, que eu vou…
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Quando infiltrei na literatura Sonhava so com a ventura Minhalma estava chêia de hianto Eu nao previa o pranto. Ao publicar o Quarto de…
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Na croquete de galinha, A cebola batidinha Com duas folhas de louro Vale mais do que um tesouro. Também dois dentes de alho Nunca…
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O que eu adoro em ti, Não é a tua beleza. A beleza, é em nós que ela existe. A beleza é um conceito.…
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Ana Martins Marques 11/09/2021
Ana Martins Marques – Reparos
Algumas coisas quando se quebram são fáceis de consertar: uma xícara lascada uma estatueta de gesso um sapato velho uma receita que desanda ou…
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August Stramm 03/09/2021
August Stramm – Recordação
mundos emudecem para fora de mim mundos mundos negror e palor e cor! luz na luz! arder flamejar chamejar agitar flutuar viver acercar-se caminhar…
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Cansa ser, sentir dói, pensar destrui. Alheia a nós, em nós e fora, Rui a hora, e tudo nela rui. Inutilmente a alma o…
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Flora Figueiredo 29/08/2021
Flora Figueiredo – Epiderme
Você não precisa ser tão doce nem me azeitar tanto, nem me embebedar dos cantos das sereias. Você não precisa fazer coisas adoravelmente feias…
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Cacaso 29/08/2021
Cacaso – Madrigal para Cecília Meireles
Quando na brisa dormias, não teu leito, teu lugar, eu indaguei-te Cecília: Que sabe o vento do mar? Os anjos que enternecias romperam liras…
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Mario Quintana 29/08/2021
Mario Quintana – O poema do amigo
Estranhamente esverdeado e fosfóreo, Que de vezes já o encontrei, em escusos bares submarinos, O meu calado cúmplice! Teríamos assassinado juntos a mesma datilógrafa?…
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Do veludo de minha voz Umas calças pretas mandarei fazer. Farei uma blusa amarela De três metros de entardecer. E numa Nevski mundial com…
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Eu cantarei um dia da tristeza por uns termos tão ternos e saudosos, que deixem aos alegres invejosos de chorarem o mal que lhes…