todas as palavras são pretas todos os gatos são tardos todos os sonhos são póstumos todos os barcos são gélidos à noite são os…
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Paulo Leminski 19/08/2021
Paulo Leminski – Como pode?
Soa estranho, esta manhã, tudo o que sempre foi meu, como pode? Como pode que esse som lá fora, os sons da vida, a…
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Torquato Neto 19/08/2021
Torquato Neto – Cogito
eu sou como eu sou pronome pessoal intransferível do homem que iniciei na medida do impossível eu sou como eu sou agora sem grandes…
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Vladímir Maiakóvski 17/08/2021
Vladimir Maiakovski – Estrela
Escutai! Se as estrelas se acendem será por que alguém precisa delas? Por que alguém as quer lá em cima? Será que alguém por…
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Bráulio Bessa 17/08/2021
Bráulio Bessa – A ferida
Seu amor afiado fez um corte em meu peito, arrancando o coração. Só deixou o pulsar da solidão e um bilhete dizendo “boa sorte”.…
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Cecília Meireles 17/08/2021
Cecilia Meireles – Música
Noite perdida, não te lamento: embarco a vida no pensamento, busco a alvorada do sonho isento, puro e sem nada, – rosa encarnada, intacta,…
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Não quero a negra desnuda. Não quero o baú do morto. Eu quero o mapa das nuvens E um barco bem vagaroso. Ai esquinas…
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A lua foi companheira Na praia do Vidigal Não surgiu, mas mesmo oculta Nos recordou seu luar Teu ventre de maré-cheia Vinha em ondas…
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É o jeito preferido da Mami de começar uma frase, e eu sei que já fiz alguma coisa errada quando ela me vem com…
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Jorge Luis Borges 16/08/2021
Jorge Luis Borges – As ruas
As ruas de Buenos Aires já são minhas entranhas. Não as ávidas ruas, incômodas de gente e de bulício, mas as ruas indolentes do…
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Tanta agonia, dores sem causa, E o olhar num céu invisível posto… Prantos que tombam sem uma pausa, Risos que não chegam mais ao…
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Cora Coralina 06/08/2021
Cora Coralina – O Mandrião
Eu vestia um mandrião recortado e costurado para mim de uma saia velha da minha bisavó. E como aquele mandrião me fazia feliz!… Eu…
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Mia Couto 02/08/2021
Mia Couto – Raiz
Não é o viver que me cansa. É o não haver morto que, em mim, não ressuscite. De tal modo que não encontro morte…
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Vou buscar a poesia onde ela estiver, fazê-la deitar subjugada, tênue, passiva, mansa, mulher. Quero-a solta e lassiva, aberta e deflorada, para fazer dela…
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Adrilles Jorge 30/07/2021
Adrilles Jorge – Aqui
Para onde, por onde mira o desejo? Que rosto, todo, detalhe, que esboço, ato ou adejo, que fim finaliza seu talhe? Por que fim…