O mundo acabando, podem ficar tranquilos. Acaba voltando tudo aquilo. Reconstruam tudo segundo a planta dos meus versos. Vento, eu disse como. Nuvem, eu…
Paulo Leminski
26/01/2021
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Não posso adiar o amor para outro século não posso ainda que o grito sufoque na garganta ainda que o ódio estale e crepite…
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Pablo Neruda 24/01/2021
Pablo Neruda – Ressurreições
Amiga, é teu beijo quem canta como um sino na água da catedral submergida por cujas janelas entravam os peixes sem olhos, as algas…
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Noémia de Sousa 24/01/2021
Noémia de Sousa – Nossa voz
Nossa voz ergueu-se consciente e bárbara sobre o branco egoísmo dos homens sobre a indiferença assassina de todos. Nossa voz molhada das cacimbadas do…
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Mia Couto 24/01/2021
Mia Couto – Incertidão de óbito
Quando forem de pedra os teus olhos: uns te darão por falecido. Quando forem de fogo os insetos que te devoram: talvez então te…
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Jacques Prévert 24/01/2021
Jacques Prévert – Dia de folga
Pus o meu quepe na gaiola e saí com o pássaro na cabeça Como é que é não se bate mais continência? perguntou o…
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Lêdo Ivo 24/01/2021
Lêdo Ivo – Soneto de abril
Agora que é abril, e o mar se ausenta, secando-se em si mesmo como um pranto, vejo que o amor que te dedico aumenta…
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Adélia Prado 21/01/2021
Adélia Prado – Mais uma vez
Não quero mais amar Jonathan. Estou cansada deste amor sem mimos, destinado a tornar-se um amor de velhos. Oh! nunca falei assim — um…
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Tudo quanto é peste e praga, Sempre acompanha o poeta, Sua desgraça é completa, Sua luz sempre se apaga. Antônio T. de Gonzaga Foi…
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Fazia tempo que eu não tinha um momento para sentir sua falta e para chorar. Essa brisa morna de verão na minha varanda me…
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Jorge de Lima 21/01/2021
Jorge de Lima – A morte do artista
É morto o Artista, o torturado Artista… Ei-lo sem vida, como um cristo louro… Dizem que foi sua maior conquista Polir o verso do…
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Duro namorar Quem namora o mar Faço do peito o porto Para que possa voltar Já houve desembarque Neste velho peito Mas não teve…
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Antero de Quental 21/01/2021
Antero de Quental – Ignoto deo
Que beleza mortal se te assemelha, Ó sonhada visão desta alma ardente, Que refletes em mim teu brilho ingente, Lá como sobre o mar…
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Monstros complicados não povoaram meus sonhos de criança porque o saci-pererê não fazia mal a ninguém limitando-se moleque a dançar maxixes desenfreados no mundo…
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Mario Quintana 21/01/2021
Mario Quintana – Canção de outono
O outono toca realejo No pátio da minha vida. Velha canção, sempre a mesma. Sob a vidraça descida… Tristeza? Encanto? Desejo? Como é possível…
