Patativa do Assaré – Fonte Patativana
Aos poetas do Nordeste
Ofereço meus louvores
Aos que são meus seguidores
E já passaram no teste
Com a proteção celeste
E inspiração soberana
Cantando a raça humana
Prazeres, dores e mágoas
Porque beberam das águas
Das Fontes Patativanas.
Eu digo em nome do Cristo
Com a verdade completa
Ao meu amigo poeta
Com muita atenção assisto
Temos o Manoel Calixto
Que gosta da carrascana
Porém, com cana ou sem cana
Verseja em qualquer negócio
Porque é um grande sócio
Da Fonte Patativana.
Cícero Batista se sai
Com roça e com poesia
Com as farsas que ele guia
O seu prestígio não cai
De quando em vez ele vai
Pra feira vender banana
Outras vezes vender cana
Além de versejador
Da Fonte Patativana.
Além da grande fileira
Dizer agora é preciso
O campeão do improviso
É o Miceno Pereira
Com sua voz altaneira
Cantando toda semana
Como pássaro Viana
Ele é muito sonoroso
E vive muito ditoso
Na Fonte Patativana.
O meu colega Maurício
Segue este mesmo caminho
Cantando a flor, o espinho
O prazer e o sacrifício
Meu parente, meu patrício
Nesta Serra de Santana
A poesia bacana
Apresenta muito bem
Porque faz parte também
Da Fonte Patativana.
O Geraldo e o João Bandeira
Cada qual é bom poeta
Que segue a mesma reta
Com expressão verdadeira
Na poesia brejeira
Um se alegra e outro se ufana
O que já leu não se engana
São poemas irmanados
Porque foram inspirados
Na Fonte Patativana.
O Pedro verseja um pouco
É o caçula, meu irmão
Dono de uma produção
Chamada Ladrão de Coco
Sua casa de reboco
Velha e modesta choupana
Maria era nossa mana
Mas nossa mana, Maria
Um só verso não fazia
Na Fonte Patativana.
Finalmente, meus leitores
Nesta preciosa arte
Apresentei grande parte
Dos que são meus seguidores
Cantei prazeres e dores
Nessa Serra de Santana
Para a nação soberana
Eu partirei brevemente
Dando adeus à boa gente
Da Fonte Patativana.
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