Nos terrenos baldios
do solstício. Na luz
que apostaste contra o cascalho
da reverência pânica. Morros de areia:
vomitada em oração — a distância
comprada
em teu nome.
Tu. E então
de novo tu. Uma pegada
cede terreno: o que é mais
não há mais: nada
jamais foi
bastante. Tendas,
erguidas e quedas: escada
apoiada
em descanso de pedra: diáfanos
degraus auréolos
de fogo. Tu,
e então nós. A terra
não pede
ninguém.
Assim
seja. Tanto
melhor — tantas
palavras,
recolhidas e murmuradas no caminho
de teus joelhos beduínos, não vão
por mágica te pôr em casa. Nem
se rastejasses de dentro da pele
de teu irmão
irias além
do que respiras: anjo
nenhum pode curar-te
de teu nome.
Mínimos. Memória
e miragem. Em cada lugar
em que paras para respirar,
ergueremos uma cidade a tua volta. Pelo muro-
-crivo de estrelas
que se ergue em tua noite, tua alma
não passará
novamente.
Paul Auster, Todos os Poemas
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