Paul Celan – No vermelho tardio

No vermelho tardio dormem os nomes:
um
tua noite desperta
e leva-o, com bastões brancos apalpando
ao longo da muralha sul do coração,
sob os pinheiros:
um, de forma humana,
avança à cidade-oleiro,
onde a chuva é acolhida como amiga
de uma hora-mar.
No azul
ela diz uma palavrárvore que promete sombras
e o nome de teu amor
acrescenta suas sílabas.

Paul Celan, Cristal