Flor bizarra do Norte! A estranha graça
Que o teu corpo de sílfide promana,
Vem da saudade que em teus olhos passa
Como uma sombra de tristeza humana.
Quem, no teu sonho, lânguida, que faça
O véu de brumas que o teu vulto empana?
Noiva das ondas! Triste flor da raça!
Oceânide que o mar beija e profana!
Quando te vais, com sustos que o sol saia,
Banhar as formas de marfim brunido,
— Pra te verem passar por entre a bruma —
Os coqueiros debruçam-se na praia…
E o oceano, como um bárbaro vencido,
Lambe os teus pés, babuja-te de espuma.
Raul Bopp, Melhores poemas
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