Regina Lyra – Olhar de amor

Aquele olhar matreiro e ofegante
Trazia por trás das dunas o regaço.
Com o sorriso e o sonhar dos amantes,
Acolheram-se efusivos num abraço.

Sem precisar da palavra falada
O olhar, emudecido de carinho,
Vinha, feito passarinho,
Beijar o olhar lânguido, amado.

Naquele entardecer mágico,
Nada se via de mais grandioso
Do que aquele encontro vestal.

Todavia, o olhar de desejo e assédio
Suspirou nos sentidos desnudados:
E se amaram em uma noite profana.

 

Regina Lyra, Amar, Verbo Atemporal