Língua, estranha viagem
por paraísos perdidos, esperantos,
sendas, cantilenas
de templos escondidos
à beira-mar
na mata densa, enquanto
em estado de pensamento
a paisagem se evapora
num eu que é quase silêncio
brecha entre o que foi
e o que será
tempo dentro de tempo
vestígios da noite derruída
vertigens pelas trilhas de luz
outro outono e seus gestos
claros e secretos
enquanto flores de linguagem
caem em nossos pés
Rodrigo Garcia Lopes, Estúdio realidade