Rodrigo Rossi – Poesia à poesia
O sol desponta e seu calor invade a superfície,
Uma leve bruma a meu redor
E a suave brisa gélida da manhã invernal se completam.
Momento ideal.
Apego-me à caneta
E começo a escrever.
Diante de grades entrelaçadas em minha mente
Faço-me escravizado à senhora poesia.
Ah, quão belos são os versos,
Como a verdade disfarça-se discretamente,
Como parece fácil esconder os sentimentos.
Tolo posso ser
Por acreditar que simples versos
Podem moldar a realidade.
Tolos podem ser meus versos
Que hão de passar à frente
O que posso nunca ser;
E mesmo que assim me tornasse
Tolos versos seriam
Ao revelar com clareza a intimidade
De um pobre e não tão nobre ser.
E o que dizer dessa vida
Que faz-me escrever essa poesia
Para talvez esconder-me
Em um local ao qual não pertenço.
E eis não sou mais eu
E sim um singelo sentimento
Que vos escreve esses versos
Em busca do entendimento
Da mera efemeridade da vida.
Rodrigo Rossi, Amores e Dissabores