a mulher que vem depois de mim vai ser uma versão
pirata de quem eu sou. ela vai tentar escrever poemas
pra te fazer apagar aqueles que deixei decorados nos
seus lábios mas os versos dela nunca serão um soco
no estômago como os meus. então ela vai tentar
fazer amor com o seu corpo. mas ela nunca vai
lamber, tocar ou chupar como eu. ela vai ser uma
reserva triste da mulher que você deixou escapar. nada
que ela fizer vai te excitar e isso vai destruí-la. quando
estiver cansada de se contorcer por um homem que não
dá nada em troca ela vai me reconhecer nas suas
pálpebras que a encaram com dó e tudo vai fazer sentido.
como ela pode amar um homem que está ocupado amando
alguém em quem ele nunca mais vai colocar as mãos.
Rupi Kaur, Outros jeitos de usar a boca
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