Salgado Maranhão

Salgado Maranhão – Tambores

Sou da terra
dos tambores que falam.
E guardo no corpo a memória
que acorda o silêncio.

Eu vi a lua descer
para assistir minha mãe
dançar.

a camponesa que amava
latim.

eu vi a mão preta açoitar
o tambor; eu ouvi
roncar a madeira sagrada:

o rito da voz ancestral
antes do cogito e da parabólica.

Salgado Maranhão, A estante dos poetas: antologia

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